Artigo: O digital analógico

Querer apenas o diferente está deixando todo mundo igual.

Por: Alan Arnaud

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Inbound e relashionship marketing, omnichannel, big data, direct response, design thinking, branding, growth hacker, realidade virtual, internet das coisas, marketing existencial e outra dezenas de ferramentas e neologismos estratégicos, passaram a fazer parte do dia-a-dia das empresas.

A cada nova metodologia, uma receita inequívoca para sair da crise, aumentar vendas e crescer. O caminho das pedras.

Dicas, cartilhas e vídeos de como fazer, como implantar, como resolver.

A quantidade de passos para o sucesso já deve ser suficiente para dar a volta no planeta. Todos igualmente inovadores mas que acabam no mesmo lugar.

Nos artigos, livros, palestras e seminários tudo parece perfeito para ser replicado à qualquer um, em apresentações fantásticas, animadas e cheias de anglicismos.

Analógico

adj. Que se pode referir a analogia ou a contém.
Vem da palavra análogo, que significa, igual, da mesma forma.

Nessa babel estratégica, qualquer empresário um pouco mais atento, fica com a impressão de que o digital, para cada solução, encontra um problema. A dificuldade de acreditar em maiores investimento, em parte, é culpa dos próprios profissionais da área porque o plug é mais embaixo e é preciso admitir que o digital não tem solução pra tudo nem é de graça.

Não há regras claramente estabelecidas de ação e reação quando se está dialogando com consumidores reais, em tempo real, mas alguns eufóricos teóricos do marketing digital, fazem parecer que tudo é uma receita de bolo, onde o impulsionamento é o fermento e a métrica é o glacê, deixando de lado a textura da massa e o recheio: O conteúdo.

Se um bolo grande e bonito chama atenção, um bolo gostoso deixa lembranças.

E a comunicação, digital ou não, só funciona se deixar uma boa lembrança, um sentimento legal nos seus consumidores para que eles tenham simpatia por uma marca.

A grande disrupção da comunicação digital é permitir que qualquer um possa gerar audiência e promover interações que se convertam em negócio e já dá pra perceber que sem qualidade na mensagem e um conteúdo que respeite as peculiaridades de da empresa e os interesses dos consumidores, a chance de fazer negócios reduz bastante.

Apesar do digital permitir que, investindo pouco, seja possível avaliar a repercussão das suas campanhas ele é proporcional aos seus objetivos e, em algumas ocasiões, para alcançá-los, pode ser necessário um investimento maior do que em uma mídia tradicional.

A tecnologia é ferramenta e a Internet é veículo. Tanto a TV e o rádio quanto a rede social e o site, não funcionam sem conteúdo.

Muita gente, mas muita gente mesmo, faz sucesso na internet sem utilizar nenhuma “fórmula”, apenas sendo original e relevante em seu conteúdo.

Não dá pra confiar em soluções prontas de nenhum especialista. Só há um jeito de dominar com excelência a velocidade imposta ao marketing e a criação digital: tentar, testar e errar.

Não há teoria conceitual consistente construída sobre o tema e por isso, com receita ou não, o que é preciso mesmo, é meter a mão na massa.

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